3 de dez. de 2008

O preço de cada um


Constantemente, travo com meu irmão a mesma discussão. Ele insiste em dizer que todo mundo tem um preço. Eu insisto em discordar dele. Quase sempre, nessas horas, ele me oferece dinheiro para eu fazer coisas malucas. Um exemplo? Recentemente, ele me prometeu uma boa quantia para eu abraçar com força um desconhecido na fila do cinema e falar para tal pessoa que eu a amava. Sim, fiquei tentada. Confesso: até tentei abraçar o tal estranho. Mas, na hora H, não consegui. Amarelei mesmo. Nesse dia, acabei provando, por vias tortas, a minha tese: não, nem todos têm um preço. Pelo menos, eu ainda não sei o meu.
Mas, sim, não posso negar. A fotografia acima revela que meu irmão ganhou um forte aliado para a comprovação de sua tese. Mikhail Gorbachev, garoto propaganda da Louis Vuitton? Ops! Ele não tinha morrido? Ops! Qual terá sido o seu preço?

14 comentários:

José Ricardo da Hora Vidal disse...

Cara Renata Belmonte : Engraçado, aqui em casa há uma discussão parecida. De vez em quando meu pai vem com a tirada de o imperotante na vida é ganahr dinheiro - principalmente quando a questão passa sobre bens culturais como programas de TV ou música. Para ele não importa tanto se a satisfação pessoal ou a boa qualidade de um produto cultural. Muitas vezes, como forma de rebater, digo que, se o importante é ganhar dinheiro, então o assassino de aluguel e o traficante de drogas estão fazendo a coisa certa... Nem sempre eles percebem que estou sendo irônico ao reduzir o argumento ao absurdo. Contudo, o tempo que ele fica tentando me convencer que eu "distorcir" os fatos faz que ele perca os argumentos para defender seu ponto de vista.

Quanto ao velho "Gorby", vamos dá um desconto - apesar de ter liderado da "comunista" União Soviética (Nem parece que se passaram 20 anos...), ele sempre foi na verdade um social-democrata. Tecnicamente, não haveria porque ele não fazer esta propaganda da Louis Vuitton. Maluf e Brizola não fizeram uma vez propaganda para o sapato 752 Vulcabrás? Estranho mesmo seria ex-senadora Heloísa Helena fazendo propaganda para os ternos Armani ou pousando nua para Playboy. Aí sim eu gostaria de saber quanto vale uma pessoa...

Jana Lauxen disse...

Eu não sei se todas as pessoas tem um preço.
Mas desconfio que sim.

Beijo
:)

Vivz disse...

Hahahahahah, SENSACIONAL! Ele já me perguntou isso, mas ainda não sei o meu tb. Bjs.

- Luli Facciolla - disse...

Pra abraçar alguém na fila?! Oxe! Ia fácil! ahahahahahaha
Custo pouco pq gasto imediatamente... mas tem sempre novas ofertas e o montante acaba valendo a pena! hehehehehehehe

Beijos

Anônimo disse...

essa história da fila do cinema já foi vista neste blog...post de agosto! repetição!

Senhorita B. disse...

Prezado Senhorito B,

O nome Suzanno tem duas letras n. E, por favor, refresque a minha memória sobre tal repetição.
Grata pela sua colaboração,
Renata Belmonte

Anônimo disse...

Renata, o problema do russo é a vodca. Vodca da boa é cara. Também não sei qual o meu preço. O que faria se alguém oferecesse pra mim um cartão premiado da Mega Sena, R$ 26 milhões, agorinha no sábado. Acho que o tema daria um bom romance, um conto talvez, o que acha?

Anônimo disse...

Ai! Eu concordo com vc... Não sei as outras pessoas, mas eu tem muita coisa que não faço por dinheiro nenhum...

Um abraço,

Senhorita B. disse...

Acho ótimo, Kátia!
Beijos,
Renata

anjobaldio disse...

Belo debate.Dinheiro não é tudo.

Anônimo disse...

Olá Renata..
"Todo mundo tem seu preço" desde que o vocábulo "preço" não seja analisado apenas sobre o seu aspecto econômico.Sob esta perspectiva, concordo com seu irmao.
O que você seria capaz de fazer caso as vidas de seus pais estivessem em risco? Esta não seria a unica hipótese em que você transgrediria seus valores para protegê-los? ou seus principios seriam mais importantes?
A depender de sua resposta, esse seria seu preço. Em hipótese excepcional, após ter exaurido todos os mecanismos legais para resolver o problema, você se veria obrigada a praticar "condutas" que, em situações normais jamais faria.Mesmo que se alegue ter praticado um fato sob o amparo de uma causa excludente de ilicitude, vc já se "transgrediu", já rompeu seus valores para salvar vida de um terceiro.
Infelizmente, esse "preço" sofre oscilações a depender dos valores morais e éticos que carregamos.A forma que você "encara" a vida determinará sua sujeiçao e seu grau de tolerância a esta "alienação".
Há os que se vendem por um prato de comida; outros que se prostituem sob o pretexto de salvar o filho ou
utilizam tal prole como "escudo" para justificar vida fácil; outros que se vendem por um voto; há aquelas que "vão para cama" com o patrão para conseguir uma promoção; e os que rompem seus valores para salvar a vida de um parente próximo ("preço emocional").
Abraço..Rodrigo (rtsg@pop.com.br)

Anônimo disse...

hehehehehe...coisas de Pig!!!
Concordo em partes com ele, nem todas as pessoas tem o seu preço!

Pedro disse...

Vixe maria... isso é polêmico.
Vou pedir licença e contar uma discussão que pude presenciar.

Eu fazia faculdade e, um belo dia, numa roda de uns 6 amigos, inicio-se a celeuma:

- Quanto vale o seu c*? - perguntou tranqüilamente um dos meninos.

Foi um alvoroço, todo mundo repudiou o rapaz, pediram para que ele mudasse de assunto. O rapaz insistiu:

- Me digam! Por quanto vocês liberariam o seu c*? Deixem de frescura, cada um tem seu valor...

E aí, Naty, eu constatei que seu irmão é que está certo: todo mundo tem seu preço. Uns mais caros - extorsivos até -, outros mais baratos e alguns têm preços de ponta de estoque.

Quando os ânimos se acalmaram, quando arrefeceram as indignações, o primeiro arriscou:

- Rapaz, acima de 200 mil reais eu começo a pensar no caso.

Um dos que mais afirmavam categoricamente que o dele não tinha preço, surpreso com a resposta do colega, pensou alto:

- Tá doido, rapaz? Pra mim só lá pra uns 5 milhões de euros.

Êta c* valorizado! Duvidei que alguém pagasse. C* refinado, avaliado em euro. Um outro alucinado retrucou:

- Vocês são baratos demais... eu só liberaria se Ronaldinho Gaúcho transferisse toda a fortuna dele pra minha conta.

É por isso que a inflação tá do jeito que tá. R$ 200 mil, E$ 5 milhões, uns 100 milhões de euros. Mas também não pude deixar de registrar, ainda que calado, a tara de meu amigo pelo mais bonito jogador brasileiro de todos os tempos. Isso é que é fetiche... Ronaldinho Gaúcho.

E uma prova de que cada cabeça é um mundo e que todo o indivíduo - pra não dizer c* - tem seu preço, foi a observação de um outro colega nosso, à época, dançarino de pagode de quinta categoria (vê se pode!):

- Eu liberaria o meu pra dançar no Tchan...

Diante de gargalhadas e mais gargalhadas, algum gaiato perguntou:

- Você liberaria o seu pra Compadre Washington?

Ele pensou um pouco e respondeu, os olhos voltados pra cima, na altura de seu sonho:

- É, eu liberaria...

Só não descobri ainda o preço do meu valioso fim de serpentina. Mas acredite: que é caro, é!

Senhorita B. disse...

Péu,
Você entendeu exatamente o espírito da discussão...
Bjs