25 de mar. de 2009

Hugo Canuto

O autor desta maravilhosa gravura da Senhorita B. é Hugo Canuto. Jovem, talentoso, inteligente e generoso, este menino é capaz de criar obras que impressionam pela beleza e originalidade. Recomendo que vocês conheçam seu trabalho. Seu traço é único e suas cidades invisíveis são intensas, assustadoras, apocalípticas e muito, muito bonitas. Vocês podem ter uma amostra disto que estou dizendo AQUI.
PS: Vou ficar uns dias sem atualizar o Vestígios. Mas, em meados de abril, prometo voltar.

22 de mar. de 2009

And if I could be who you wanted...



Sempre que escrevo um livro, gravo um CD com as músicas que fizeram parte do processo de criação. No CD do Vestígios tem Bob Dylan, Oasis, dentre outros clássicos do rock. Mas destacam-se duas canções: Karma Police e Fake Plastic Trees. Nem vou propor um "Onde está Wally?" para a noite de hoje. A resposta é difícil demais. Tentem me achar no meio da multidão.

19 de mar. de 2009

Tiny Dancer e o lançamento

Sobre o lançamento do Vestígios, apenas quero dizer que, durante quase todo o tempo, eu estava emocionadíssima. Mas aguentei firme, pois não queria sair com os olhos borrados nas fotos. No avião de volta para São Paulo, tocava no meu MP3 a música Tiny Dancer. E, quando as luzes se apagaram, chorei. Me lembrei dos meus e-amigos Bernardo, Vera, Maria, Martha, Miro, Personagem Principal, Mayrant, Menina da Ilha, Marcus, Nilson, Eliana Mara, Herculano, Marcia, Patty, Tati, Ricardo e dos outros e-amigos que não puderam ir me encontrar. E, sim, foi nesta hora, quando estávamos todos juntos e abraçados no meu pensamento, que tive a certeza: Sim, a Senhorita B. também apareceu por lá.

Fotos do lançamento do Vestígios da Senhorita B.

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Dê, Jô e Gui

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Paty

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Lucas e Hugo


Os artistas do livro do Vestígios
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Marcia do Simplesmente Elegante e Dimitri

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Mayrant Gallo

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Personagem Principal

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Marcus, Nilson, Bernardo, Maria e Miro


Eu e Herculano

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Eu e Maria

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Martha, Eu, Bernardo, Maria, Miro, Menina da Ilha e Vinícius

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Eu e Állex

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18 de mar. de 2009

Sobre ontem...

Ontem foi um dos dias mais especiais da minha vida. Não apenas pelo lançamento do Vestígios, mas pelo encontro com meus amores (amigos, e-amigos e família). Todos juntos e muito animados. Voltei para São Paulo com a certeza de que a vida pode ser tão incrível quanto a literatura. Vocês inundaram minha noite de alegria. Muito obrigada.
Ps1: Esqueci o cabo USB da máquina em Salvador. Mas, amanhã, darei um jeito de colocar as fotos e farei um post especial contando TUDO nos mínimos detalhes.

16 de mar. de 2009

Cinco perguntas de Claudius Portugal para Renata Belmonte



1) Há algum significado nesta coleção e neste seu livro? Algum objetivo?
Renata Belmonte - Há muitos significados tanto nesta coleção quanto no meu livro. Ambos propõem um olhar generoso para o humano, pois há o claro intuito, a partir da experiência individual de cada um, de permitir uma compreensão do que representa ser artista num determinado espaço e tempo. Além do mais, esta coleção tem o importante objetivo de registrar quem são os escritores contemporâneos da Bahia e de que forma eles dialogam com o outro. Quando recebi o convite para participar, fiquei muito feliz com a possibilidade de construir um texto estritamente autoral, sem qualquer preocupação com mercado editorial ou coisa do tipo. A personagem principal do Vestígios da Senhorita B. vive numa intensa busca por aquilo que ela possa denominar como “eu.” De certa forma, essa coleção me permitiu também essa procura, pois, durante o processo de criação, busquei construir um estilo de texto que também fosse fruto exclusivo daquela que penso ser .

2)Sendo cartas, é difícil encontrar correspondência do que se quer dizer em palavras? Correspondência não só na linguagem, mas também leitor? Vamos lembrar que correspondência está na raiz de cartas. Cartas Bahianas.
Renata Belmonte - Certa vez, numa aula da pós-graduação de Direito, escutei um professor comentar que era desnecessária toda a investigação que estávamos fazendo sobre o real significado do termo justiça. Isto porque, de acordo com sua teoria, não é interessante para ninguém que o conceito de justiça seja delimitado de forma precisa. Caso contrário, corre-se o risco de destituir o mal entendido fundamental que se encontra nas entranhas deste conteúdo semântico. Sempre que clamamos por justiça, mesmo que para nós esta signifique algo distinto do que o outro supõe, acabamos por estabelecer uma relação especial com o destinatário do nosso pedido, pois este terá acionado o seu senso próprio de justiça e nos ajudará de algum modo com a questão. Acredito que, em certas situações, é mesmo melhor dialogar através de conteúdos abertos, pois cada leitor acaba formatando uma nova obra e isso a enriquece. Este livro foi escrito para pessoas que compreendem que toda relação humana é permeada de silêncios essenciais. Basta-me a alegria de saber que o meu trabalho encontrará pelo mundo o seu destinatário e que ele me oferecerá sua companhia nos momentos em que minhas palavras são puros silêncios.

3)Escrever é conseqüência de sua vida – pensamento, sentimento, sensações, olhares, atos, etc, ou o que é esta realidade para sua escrita? Ou que realidade é esta que vocês estão escrevendo? E nesta escrita há uma construção ou reconstrução disto que chamam realidade? Ou da escrita? E a Bahia nisto?
Renata Belmonte - Barthes, na sua Aula Inaugural, disse que a literatura é uma trapaça salutar, uma esquiva, um logro magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da linguagem. Penso que escrevo buscando essa revolução, ou seja, quero construir uma existência paralela e não reconstruir aquilo que vivencio. É claro que existem pontos de interseção entre estes mundos, mas tenho muita necessidade de experimentar personagens e isto me exige um distanciamento daquilo que costumo pensar que sou. Esta dinâmica também se reflete na minha relação com a Bahia. Adoro minha terra e tenho profunda identificação com alguns dos seus elementos. Mas, nos meus textos, a Bahia quase não existe. A única cidade dos meus personagens é a condição humana, mesmo quando preciso de algum recorte espacial.

4) Algo mais geral: Escrever é criação ou artesanato?
Renata Belmonte - Gosto de pensar que escrever é criação e artesanato. Quando dou a vida para um outro e o construo como indivíduo, estou exercendo a minha função de criadora, apesar de não me agradar a idéia um tanto autoritária de que os personagens que crio são minhas criaturas. E também é artesanato porque há uma preciosa delicadeza na escolha das palavras que tornarão possível a existência deste indivíduo.

5) Enfim: O que é este seu livro? O que espera ou não há mais esperança?
Renata Belmonte - Este livro é a concretização do meu desejo de reconstrução de um eu inventado, do resgate daquela que abandonei pelo caminho. São memórias de um tempo impossível, são meus pequenos sonhos escritos em Caps Lock. É a minha afirmação enquanto um corpo que se desloca através do tempo. De certa forma, este livro marca a minha saída de um certo coro grego com o qual eu já estava acostumada. Tendo me tornado personagem principal dessa experiência, resta-me toda a esperança que a palavra redenção traz consigo.

13 de mar. de 2009

13 de março




Quando eu era adolescente, vi um filme em que uma mulher, após cuidar anos sozinha de um pai inválido e ingrato, dizia para a irmã distante algo assim: Estes foram os melhores anos da minha vida. Pois eu sempre soube que o mais importante de tudo não é o quanto você é amado, mas o quanto você ama. E eu, apesar de todo este tempo de soilidão, sempre amei muito vocês.
Aos treze anos, essa afirmação me pareceu absurda, irreal. Hoje, aos vinte e sete, apesar do clichê, concordo em absoluto com tudo isso.
Um dia colorido para todos vocês também.

9 de mar. de 2009

Dormientibus non succurrit jus ou O Direito não socorre os que dormem.


Que roupa vou usar no lançamento do Vestígios? E no dia do meu aniversário? E se as meninas fizerem uma festa surpresa para mim? Tenho que comprar uma roupa que pareça que eu não estava arrumada de propósito para elas não acharem que eu já sabia. Será que meus e-amigos irão mesmo para o lançamento? E o pessoal que participou do Censo? Será que Maria, Bernardo e Miro irão mesmo? E Aeronauta, Personagem Principal, Mayrant, M. e Anna? E Marcus? E Ricardo? E Gerana, Gláucia e Kátia? E Herculano? E o pessoal da UEFS? E o pessoal que lê o blog, mas que eu não sei quem é? Quem será que lê o blog e eu não sei quem é? Ah, meu Deus! E se ninguém for pro lançamento? E se ninguém se lembrar do meu aniversário? Vou ficar péssima! Mas Eva vai se lembrar porque já me perguntou o que quero de presente. O que eu vou ganhar de aniversário? Por que minha mãe ainda não me perguntou? Por que meu pai ainda não me perguntou? Qual será a trilha sonora do meu aniversário? Ninguém aguenta mais Amy Winehouse e Madonna! Tenho que comprar novos dvds para a festa de aniversário que eu não sei se vou ter. Tenho que comprar vestidos novos para usar no meu aniversário e no lançamento do Vestígios. Tenho que...
-Então, Renata, já que você foi a única que não se manifestou, terá que apresentar o texto que sobrou: Freud, Joyce y la concepcion de la irrealidad. Esse texto é muito denso. Portanto, trabalhe sempre com a vertente jurídica desta concepção.
Eu não falo latim. Nem espanhol. Mesmo assim sei muito bem o que tudo isso quer dizer...

Foto tirada do orkut de meu irmão

8 de mar. de 2009

Do convite oficial


Espero vocês lá!

Pequeno problema ético e pop

Quando o Chris Brown espancou a Rihanna e a ameaçou de morte, feministas do mundo inteiro o excluíram dos seus Ipods e boicotaram suas músicas. Agora, menos de três semanas depois do fato, tendo a Rihanna reatado o namoro e o perdoado, qual é o comportamento mais adequado: devem as mesmas feministas a boicotarem ou devem estas permanecer ao seu lado?

5 de mar. de 2009

Senhoras e Senhores:



Um pequeno bilhete. A última fotografia: ela, já de costas para o mundo, esperando o trem que a levaria para a sua nova vida. Uma cama, um vestido, um livro: vestígios. Alguém que foge sem que se saiba o porquê. Ela: a Senhorita B.
Construído com o corpo, o livro Vestígios da Senhorita B. propõe uma busca sobre o verdadeiro sentido da palavra identidade. Como delimitar apenas com um combinado de letras a existência de cada ser? Sim, o nome é a única coisa imutável que carregamos conosco, durante as nossas vidas. Mas como um singelo nome pode dar conta das múltiplas transformações que sofremos com o passar dos anos? Qual o limite existente entre o personagem e o autor durante o processo de escrita? Não é a literatura um meio de poder ser muitos outros? E por que precisamos dela, se não conseguimos pertencer sendo apenas um?
O livro Vestígios da Senhorita B. pode este ser lido tanto como uma novela quanto como um conjunto de contos. Também pode ser visto como um álbum de fotografias onde as legendas contam uma história através da poesia. E, sim, de certa forma, o Vestígios da
Senhorita B. é um livro de memórias. Mas memórias de quem? Daquela que escreve, da que se diz personagem ou da que preferiu desertar no meio do caminho? Memórias reais ou inventadas? Ora, não importa. Porque qualquer memória, real ou não, é sempre verdadeira.
Entre enredos, tempos e significados. Este é o Vestígios da Senhorita B.
PS: Mandem seus e-mails para que eu possa enviar o convite virtual.

O sol que a chuva apagou


Para Állex Leilla, “O sol que a chuva apagou é uma novela que traz um clima de diário de bordo ou de estrada, no clima sexo, drogas, delicadeza e rock in roll, dialogando de longe, muito de longe, com "On the road", de Jack Kerouac. Apesar de ter começo, meio e fim, também pode funcionar como fragmentos, anotações sobre a perda de um grande amor e o início de outro, pois foi elaborada a partir da voz de um personagem que está finalizando uma etapa de sua vida e iniciando outra. Thiago era professor, casado, morava na Inglaterra, mas de repente seu companheiro morre, ele então retorna ao Brasil e é convidado a integrar a banda do irmão mais velho, onde entra para ocupar o lugar de um baixista que havia saído. Na banda, ele acaba se apaixonando por um dos músicos. O texto, então, tem esse ritmo de transição, são pequenos intervalos entre o eu e o mundo, como quando o externo nos joga pra dentro de nós mesmos e nossa interioridade, segundos depois, nos joga pra fora. No livro, os intervalos não mostram ao leitor se foram dias, semanas, horas ou segundos decorridos entre uma ação e outra. Em vez disso, trabalha-se com a perspectiva de se capturar esse tempo interno, singular, único. Assim, a história ensaia uma pergunta do começo ao fim: como se posicionar dentro de certas fases de transição em que vemos claramente que alguns ciclos de nossa vida estão se fechando e outros se abrem inesperadamente, como o sol depois da chuva?”.

1 de mar. de 2009

Presente antecipado de aniversário

http://blogdochorik.blogspot.com/

(Seja bem vindo, março).

Quase vinte e sete


Quando eu era criança, tinha o sonho de ter um cachorro. Mas a resistência familiar era grande. Minha babá dizia que, quando o cachorro entrasse lá em casa, ela iria embora na mesma hora. Minha mãe ressaltava que um animal dava muito trabalho, que eu não iria cuidar direito. Meu pai apenas prometia: Quando você completar dez anos, terá uma grande surpresa... Tenho quase vinte e sete e até hoje estou esperando a tal supresa.

Pois então. Juliana, minha cunhada, tem um irmão de dois anos. E nós todos somos muito apaixonados por ele. Por "todos", entendam: eu, meu marido, meu irmão, meu pai, minha mãe e minha babá. E, sim, quando ele nos visita é uma verdadeira festa. Parecemos uns idiotas, achamos graça em tudo que ele faz, ficamos comentando sobre ele com as pessoas que nos telefonam... Enfim, entramos naquela categoria de pessoas chatas que passam seus dias comentando "a genialidade do filho de sete meses".

Aquele era um dia de sábado. E Juliana tinha prometido levar Juninho para nos visitar. Estávamos todos eufóricos até ela aparecer sozinha. Eis que minha mãe, um tanto ansiosa, perguntou:

- Onde está Juninho?

Juliana respondeu:

- Foi para a casa de Laís, namorada de meu irmão. Ela comprou um cachorro e ele está encantado, quer ir para lá toda hora.

Senhores e senhoras leitores deste blog. Eu juro que vi. Juro mesmo. No olhar de minha mãe, surgiu um brilho um tanto diabólico. E eu escutei seu pensamento silencioso: Hum, acho que deveríamos comprar um cachorro...

Ela nem precisou dizer nada. Porque eu, imediatamente, me posicionei:

-Ah!!! Quando eu era pequena, você nem queria pensar no assunto! Agora, só porque Juninho gosta, você já está cogitando a idéia! Isso é um desaforo! Eu nem moro mais aqui!

Sim, é verdade, senhores. Eu tenho quase vinte e sete anos. Mas, às vezes, ainda sou bastante criança.