Para Állex Leilla, “O sol que a chuva apagou é uma novela que traz um clima de diário de bordo ou de estrada, no clima sexo, drogas, delicadeza e rock in roll, dialogando de longe, muito de longe, com "On the road", de Jack Kerouac. Apesar de ter começo, meio e fim, também pode funcionar como fragmentos, anotações sobre a perda de um grande amor e o início de outro, pois foi elaborada a partir da voz de um personagem que está finalizando uma etapa de sua vida e iniciando outra. Thiago era professor, casado, morava na Inglaterra, mas de repente seu companheiro morre, ele então retorna ao Brasil e é convidado a integrar a banda do irmão mais velho, onde entra para ocupar o lugar de um baixista que havia saído. Na banda, ele acaba se apaixonando por um dos músicos. O texto, então, tem esse ritmo de transição, são pequenos intervalos entre o eu e o mundo, como quando o externo nos joga pra dentro de nós mesmos e nossa interioridade, segundos depois, nos joga pra fora. No livro, os intervalos não mostram ao leitor se foram dias, semanas, horas ou segundos decorridos entre uma ação e outra. Em vez disso, trabalha-se com a perspectiva de se capturar esse tempo interno, singular, único. Assim, a história ensaia uma pergunta do começo ao fim: como se posicionar dentro de certas fases de transição em que vemos claramente que alguns ciclos de nossa vida estão se fechando e outros se abrem inesperadamente, como o sol depois da chuva?”.
5 de mar. de 2009
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