31 de jan. de 2009

Don´t look back in anger



Ps: O post Censo será encerrado no dia 01/02/2009. Quem nâo colocou o nome, mas ainda quer fazer isso, tem até amanhã.

27 de jan. de 2009

Pequenas fugas cotidianas


Sou completamente inábil para tratar algumas situações corriqueiras da vida. Explico melhor: não sei o que dizer em situações de morte, fico muito envergonhada com elogios e reajo de forma estranha nos momentos de alegria. Por isso, criei esse blog. Preciso dividir meus medos, necessito escrever para mostrar este alguém que vive de forma muito intensa dentro de mim. Além do mais, o Vestígios também é um meio de pedir desculpas. Aos que magoei com meu comportamento esquisito, fica aqui registrado meu profundo arrependimento. Não sei o que aconteceu, mas, nos últimos tempos, tenho sido assim.

No dia que soube que ganhei o prêmio Braskem, não disse uma palavra, as pessoas ficaram perplexas diante da minha aparente frieza. Algo semelhante ocorreu quando perdi uma pessoa muito querida. Jamais tive coragem de falar sobre isso, nunca consegui ir visitar sua família, dói tanto que recuso-me a falar desse assunto. (isto acarretaria a lembrança de seus últimos dias). Certa vez, uma pessoa disse que me amava e eu fiquei calada. Sim, eu também o amava. Precisei de muitos meses para conseguir falar isso.
É verdade: costumo ser muito irônica, faço brincadeiras no dia-a -dia. Essa foi a forma que encontrei de diminuir meu desconforto. Ou pelo pelos de não parecer tão desconfortável. Mas nem sempre resolve. Sim, porque o humor não é solução para tudo. Passo noites sem dormir por conta de certos mal-entendidos.

Talvez meu comportamento se deva ao fato de que tenho uma sensibilidade absurda, dessas que me fazem sentir vontade de chorar durante dias. Emociono-me com a alegria alheia, sofro com a desgraça dos que me rodeiam. Fosse possível, resolveria os problemas de todo mundo. Talvez meu comportamento também se deva ao medo que tenho de que as coisas boas tenham um fim e, por isso, não me permito vive-las da forma que deveria. Existem muitos talvez, investigo-os com frequência. Mas o que desejo com este texto é que, se alguma coisa deste tipo ocorrer, vocês me perdoem. Sim, porque eu mesma ainda não consegui perdoar meu comportamento e, apesar de não parecer, me importo muito com tudo isso.
Termino, agora, pois preciso fugir para esconder meu rosto. Hoje, ele tem uma expressão confusa, fruto da improvável mistura de tristeza, vergonha e alegria.

26 de jan. de 2009

When the world is cold

Some day, when I'm awfully low
When the world is cold
I will feel a glow just thinking of you
And the way you look tonight


Em qualquer lugar que meus pais estejam, toca The way you look tonight.

21 de jan. de 2009

Bliss





"O que fazer se, com trinta anos, ao virar a esquina de sua própria rua, você é repentinamente tomada por um sentimento de felicidade- felicidade absoluta!- como se repentinamente tivesse engolido um pedaço brilhante daquele sol ao entardecer e ele queimasse em seu peito, enviando uma chuvinha de faíscas para cada partícula, dos pés à cabeça?"

Trecho de Bliss, conto de Katherine Mansfield.


Vamos retomar o Vestígios em alto estilo?:)

16 de jan. de 2009

Cartas Bahianas(com h mesmo!)


Cartas Bahianas. Este é o nome da série de literatura que a editora P55 inaugura com os livros Para uma certa Nina, de Adelice Souza, 3 vestidos e meu corpo nu, de Marcus Vinícius Rodrigues, e Aqui, de Vanessa Buffone, sob a coordenação editorial de Claudius Portugal, com lançamento dia 20 de janeiro de 2009, terça-feira, das 19 às 22 horas, na Livraria Tom do Saber, Rua João Gomes 249, Pirâmide do Rio Vermelho.
Para o editor da coleção, Claudius Portugal, o espaço editorial denominado pelo nome Cartas Bahianas é um local para criar caminhos, viabilizar publicações de autores em livro. Para tal foi desenhado um projeto gráfico específico, com número de páginas definidos, formato e selo, e um preço de venda no valor de R$10,00, estando previsto para o primeiro semestre nove títulos. “No mais o que dá para saber é que é uma turma jovem, e isto não está na idade, apesar desta primeira leva assim o ser, trazendo autores em seu primeiro ou segundo ou terceiro livro, que estão escrevendo para seus pares, para sua época, remetendo suas cartas, falando pela voz, pelo corpo, pela vida. E pouco importa se vida vivida ou vivenciada. São cartas. O que indica, pelo menos, além do assunto, ter um remetente e um destinatário. E, creio, que sobre este último, o destino é hoje. Estão sendo escritos agora, para agora, e não para um anterior ou um futuro, nem para o desconhecido nem para o consolidado”.
(Passei por aqui só para avisar sobre o lançamento. Mas continuem colocando seus nomes no post Censo. Prometo que a surpresa será boa...)

10 de jan. de 2009

Censo


Queridos leitores,


Mandem para mim, através dos comentários, seus nomes e sobrenomes ou pseudônimos. Esse pedido tem um propósito específico que, em breve, vocês descobrirão. Não se preocupem: não tem nada a ver com spam. E nenhum comentário deste post será publicado.

8 de jan. de 2009

Hoje é dia de Maria (Sampaio):

Porque eu não sei nem como posso agradecer o lindo presente que encontrei no seu Continhos para cão dormir.

5 de jan. de 2009

Das pequenas surpresas da vida



Em todos os lançamentos dos meus livros (e dos que colaborei), meus pais ficaram muito contentes e até convidaram seus amigos. No entanto, apesar deste comportamento, eu sempre tive a impressão de que eles não estavam felizes porque era o lançamento de um livro que eu tinha escrito e, sim, porque alcancei êxito naquilo que desejava. Tentando explicar melhor, devo dizer que, durante toda a minha vida, pensei que para eles tanto fazia se eu tinha ganho um prêmio por causa de um livro ou por conta de qualquer outra coisa. Se eu fosse jogadora de basquete e ganhasse uma medalha, eu acreditava que eles agiriam da mesma forma e sentiriam a mesma alegria.


Por mais estranho que possa parecer, eu nunca tinha conversado com meus pais sobre a minha literatura ou livros, até que, na véspera do Réveillon, minha mãe me perguntou:


- Minha filha, já não está na hora de você publicar um novo livro?


Eu, surpresa, limitei-me a falar:


- Como assim?


- Não está na hora de você publicar um novo livro? O último já tem quase três anos.


Por pura inabilidade com a situação, na hora em que escutei suas palavras, respondi:


- Talvez o último livro seja mesmo o último livro. Talvez eu nunca mais publique nada do que venho escrevendo.


- Não diga jamais isso! Você tem muito talento! Seria um verdadeiro desperdício!


Sim, eu já recebi elogios de outros escritores e amigos que admiro. Mas devo confessar: este me proporcionou uma estranha alegria, dessas que sempre me fizeram correr pela casa sem motivo, dessas que eu só pensava ser ainda possível para a menina de tempos atrás.

(Volto de vez no final de janeiro. Mas passarei aqui sempre que a saudade apertar)