21 de abr. de 2009

Do ódio voltado contra si mesmo

Ele endereçou sua carta de suicídio à Boddah, seu amigo invisível, desde a infância. Trabalhou como faxineiro e sofreu diversas humilhações. Com os amigos, pichou "Deus é Gay" numa igreja. Foi uma criança triste, muito introvertida. Tornou-se um ídolo do rock, mas não deixou de sentir ódio de si mesmo. É assim com a maioria das pessoas: há dias em que também não consigo me perdoar. Uma vingança contra o mundo: isso é o Smells like teen spirit. Uma vingança contra si mesmo: quinze anos sem Kurt Cobain.

3 comentários:

Victor Mascarenhas disse...

Kurt Cobain traduziu em sua obra e na sua vida o que essa geração que foi adolescente no fim dos 80 e começo dos 90 sentia e sente ainda hoje. Não sei se concordo que ele sentia ódio de si mesmo, acho que seu ódio maior era pelo que estava ao seu redor. Enfim, o fato é que já se vão 15 anos e ainda sentimos os vestígios do Sr.C por aí.
Aproveito pra recomendar "Mais pesado que o céu", excelente biografia escrita por Charles Cross.

Senhorita B. disse...

Victor,
Recentemente, vi um documentário sobre o Kurt e escutei alguém dizer que ele era muito sensível e não conseguia se perdoar(e perdoar seus pais) pela vida terrível que tinha. Fiquei devastada. Vou comprar essa biografia.
Bjs

Lidi disse...

Renata, li no blog de Mayrant um post falando sobre o escritor Pierre Drieu La Rochelle e, quando li este teu post, lembrei de uma citação deste escritor: "Sempre me acusei de ser eu mesmo". La Rochelle e Cobain disseram adeus à vida, mas continuam imortais através da arte.