12 de abr. de 2009

Namastê

Nestes dias santos, fiquei analisando uma certa elegia à dor que algumas religiões pregam. E que, durante muito tempo, foi aceita por mim como algo natural, quase orgânico. Ainda hoje, me pego pensando em fazer promessas cuja realização dos pedidos demandam sacrifícios enormes, terríveis. Ainda hoje, tenho uma resistência ao que surge de forma leve, despretensiosa. Quando me deparo com coisas boas, tenho a tendência a construir um castelo em torno de mim, pois ainda possuo a idéia de que dias de sol são prenúncios de grandes tempestades.
Estudei num colégio católico até os treze anos. Lembro-me de algumas figuras terríveis que assumiam o nome da "Igreja". Não posso deixar de esquecer um certo clima pesado que existia no ambiente. Eu, enquanto caminhava pelos corredores, sentia-me assustada com a possibilidade de ser uma menina má, pensava nos castigos que poderia tomar. Apenas agora, constato: naquele lugar, Deus me vigiava e era severo com aqueles que suas leis não estavam dispostos a observar.
Pois bem. Venho, durante os últimos anos, buscando neutralizar esse receio daquilo que é bom, daquilo que surge de forma espontânea. Recentemente, estava conversando com Paty, uma grande amiga, sobre a importância de agradecer e de aceitar o que nos é ofertado pelo outro. Parece simples, mas não é. O imperativo de que temos que nos sacrificar muito para conseguir realizar nossos sonhos, acaba tornando um tanto suspeita qualquer ajuda alheia, qualquer atitude sem segunda intenção.
O objetivo deste texto é praticar tudo isso que venho estudando. Portanto, agradeço, recebo e divido com vocês, uma carta belíssima que a Lidi escreveu sobre o livro do Vestígios: http://www.docstoc.com/docs/5396331/carta-de-uma-leitora. Ainda aproveito para agradecer a Martha, o Thiago, a Aeronauta, o Vladimir, o Nilson, o Marcus, a Personagem Principal e todos os outros que me escreveram comentando o mesmo livrinho. Todos vocês me proporcionaram muita alegria.
Uma das grandes lições que esse blog me deu foi a descoberta de que existe um número muito maior de pessoas legais do que de gente com propósitos mesquinhos. Fica aqui registrada minha alegria por ter e-amigos e leitores tão bacanas.
Hoje, domingo de Páscoa, recebo, agradeço e ofereço a minha descoberta de que Deus não me vigia lá do alto. Sim, porque como diz uma prece católica: Ele está no meio de nós.
Namastê para cada um vocês.

6 comentários:

Anônimo disse...

Namastê.

De repente Deus até pode estar dentro de nós. Sabe aquela parte boa que nem sempre pomos para fora nesses dias cruéis por medo de sermos engolidos pelo mau? Entonces.

Adorei o post. A bronca do pai valeu... rs

Abs

Lidi disse...

Renata, eu que te agradeço pela oportunidade de ter contato com tua literatura, com tua arte. Admiro-te muito como escritora e como pessoa. Um grande beijo. Namastê!

Unknown disse...

Pô... ainda não li o Vestígios e acabo de ganhar Femininamente. Lerei.
Beijos

hebert disse...

O nosso amor é para ti, Senhô ô ô(4x)

Porque tu, me deste a vida.
porque tu, me deste o existir.
porque tu me deste carinho, me deste o amÔÔÔÔ ô ô ô ô (repete).

***********************

Mãe de Jesus, Mariiiiiiaaa,
me empresta por favor,
o teu coração. (2x)

O meu é pequeno demais,
pra provar todo esse amor
que eu tenho para dar ao meu Jesus.

*****************
Era massa!!!

- Luli Facciolla - disse...

Namaste, Renata!

Boa semana!

Beijo

Hitch disse...

Meu muito obrigado, Renata.

E a exemplo da assertiva do escritor russo Alexander Soljenítsin, sua literatura reitera o milagre precioso do texto literário que pode "vencer aquela prejudicial peculiaridade do homem de aprender somente pela sua experiência pessoal, de maneira que a experiência dos outros passe inutilmente ao seu lado. A arte transfere de um homem para outro, durante sua breve passagem pela Terra, a carga de experiência de uma vida inteira, com todo a seu peso, todas as suas cores e toda a sua linfa vital; cria novamente na carne uma experiência desconhecida e permite-nos possuí-la como se fosse a nossa própria".

Aquele abraço.