Se existisse inferno, eles já o conheciam: o Reino da Caverna dos Dragões. A história do desenho, num primeiro momento, parece simplória: seis crianças, após entrarem num determinado brinquedo de um Parque de Diversões, acabam sendo aprisionadas numa outra e terrível dimensão. A partir disso, com a ajuda de um anão intitulado Mestre dos Magos, elas são obrigadas a lutar por sua sobrevivência e têm como principal inimigo o Vingador, a própria encarnação das Trevas. Não, este não é um desenho qualquer. Deixe-me explicar o porquê.
Passamos toda a nossa existência em busca de algo. Amor, dinheiro, sucesso, beleza e felicidade são apenas variações do Parque de Diversões que os meninos perdidos tanto procuravam. Durante todos os episódios, eles se dedicavam a encontrar a saída daquele mundo terrível, mas, da mesma forma que acontece na realidade, eles jamais conseguiram atingir o seu objetivo.
Não há outra alternativa senão viver aquilo que se apresenta diante de nós. E, sim, nossos paraísos são meras ficções. O maior de todos os tesouros é o consentimento de nossa própria condição humana. E da solidão que, invariavelmente, nos acometerá.
Sozinhos, jogados num mundo louco sem qualquer explicação. Alguma semelhança? Já me disseram que, no capítulo final do Caverna do Dragão, os meninos descobrem que nunca voltarão para casa, pois estão mortos e aquele lugar era o fim. Desenho animado para criança? Bom, acho que não é bem assim.
5 comentários:
A grande matriz desta situação é talvez O castelo, de Kafka. Uma influência sobre o desenho? Por que não? Kafka já é DP.
Nossos paraísos são artificiais.
Mas ainda assim são paraísos.
Caverna do Dragão é o meu predileto.
Mas só depois de Billy e Mandy, e Simpsons.
Beijocas senhorita.
:)
Acho que sou mais melancólica, gosto mesmo é de Charlie Brown.
Renata, vi uma foto sua hoje (correio? não lembro) em matéria sobre escritores SM.
tão fazendo desenhos assim agora, é?
feliz quem só se procupava com as aprontações dos sobrinhos do capitão!
hehehe...
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