7 de jul. de 2007

Capítulo Um: O último vestido da Senhorita B.

Eu não a vi partir. Mas se tivesse que arriscar quandos e porquês, diria que ela me deixou em um abril qualquer. Deve ter aguardado março se despedir e aproveitou para me abandonar junto com ele. Eu, de olhos fechados, ainda soprava com inocência as velinhas do meu bolo de aniversário. Mal sabia que, enquanto estava distraída com novos pedidos, ela aproveitava tal oportunidade para ir embora para sempre. Seus motivos ainda ignoro, por isso, como as outras pessoas sofridas, atribuo culpa ao mundo. Blasfemo a condição humana, me recuso a falar com pessoas desconhecidas. Ajo desta forma na tentativa de chamar sua atenção, preciso de alguma resposta. Certamente, se estivesse presente, ela reprovaria minha postura. Sempre foi dessas que enxergam beleza em tudo, costumava dizer que era entre estranhos que se sentia verdadeiramente familiar.
Recentemente, após uma de minhas longas buscas, acabei achando um de seus vestígios. Um velho vestido preto, o único que o tempo não levou de mim. Mas, ao contrário do que se pode pensar, não me senti feliz com tal descoberta. Porque ontem, ao tentar experimentá-lo pela última vez, acabei constatando: ele e suas promessas de felicidade não cabem mais em mim.

10 comentários:

Vivz disse...

Tô feliz de não caber em mim com vc por aqui.

Anônimo disse...

Oi, Renata, me sinto orgulhoso de ser um dos primeiros a ler seu blogue. Gostei muito. A foto é linda; e o texto, poético e revelador, como tudo o que você escreve em prosa. Congratulações, portanto. Abraço, Mayrant.

Anônimo disse...

Muito que bem, cara amiga. Bel�ssimo texto. Parab�ns e bem-vida. Aquele abra�o. Thiago.

Anônimo disse...

Achei super legal seu blog...
Parabéns. Desejo a você muito sucesso!bjs Dy

Anônimo disse...

Lindo blog, Renata. E o texto saborosamente poético. Parabéns. Um grande abraço, seja muito bem-vinda.

Anônimo disse...

Oi Rê,
Parabénssss, minha amiga escritora!!!
Vou ficar daqui acompanhando seus textos maravilhosos!
Sucesso sempre! Saudade!
Beijão, Diu

Anônimo disse...

É impressionante o grau de sensibilidade e de emoção que seus textos transmitem. Acompanhando sua carreira, cada vez mais, chego à conclusão que vc já nasceu escritora! Parabéns! Zaine

Luiza disse...

apaixonante teus textos.
Parabéns!!

Luiza disse...

Apaixonate teus textos.
Parabéns!!

Luiza disse...

Nossa.. emocionada fiquei eu quando vi teu coment no meu blog! q lindo..
eu vi a reprise do sem censura hj na tv.. e resolvi te procurar no mundo "internetês", adorei teus textos mesmo...

Bejão
Luiza