Ela se refugiou na escuridão, antes que fossem acesos os primeiros cigarros. Não suportava a idéia de que, no dia seguinte, iriam medir seus pés. Abandonou a festa correndo, equilibrando angústias e medos no salto alto. Levou consigo o direito ao grito e como trocado algumas esperanças de março. Quando deram por sua falta, nada mais encontraram. Definitivamente, ela não se parecia com sua irmã, sua história era outra. Ainda assim, foram olhar na escadaria. E como previsto, lá não havia restado nenhum vestígio daquele seu sapato de cristal tão bonito.
22 de fev. de 2008
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8 comentários:
O microconto é de um impacto comovedor. Agora, uma singela dúvida: és tu que protagoniza a foto?
Anônimo,
Agradeço o comentário. Quanto à foto, não respondi sua pergunta para não estragar algumas outras surpresas. Mas prometo que, em breve, você terá a resposta.
Abraços,
Renata
Sempre notei que o sapato tinha importância nessa fuga...
O sapato é um vestígio e as fotos também...
Putz, renata!
Que perfeito, cara!
Sabe o que é engraçado?
Seu texto, mesmo falando de uma personagem mulher, é impessoal.
Sim, pois eu me vi nele.
Muito bacana. Muito bacana.
Beijo grandão!
Muito bacana, Renata. Gostei.
Um beijo,
Martha
Muito bom Renata. Grande abraço.
"Levou consigo o direito ao grito [...]"
"Além disso, essa voz rouca me persegue, culpa-me por eu ter reprimido meus gritos." (Vestígios da Senhorita B.)
Esse trecho me inquietou. Poucos escritores conseguem me tocar tanto! Te admiro viu, moça? Parabéns!
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