5 de jan. de 2009

Das pequenas surpresas da vida



Em todos os lançamentos dos meus livros (e dos que colaborei), meus pais ficaram muito contentes e até convidaram seus amigos. No entanto, apesar deste comportamento, eu sempre tive a impressão de que eles não estavam felizes porque era o lançamento de um livro que eu tinha escrito e, sim, porque alcancei êxito naquilo que desejava. Tentando explicar melhor, devo dizer que, durante toda a minha vida, pensei que para eles tanto fazia se eu tinha ganho um prêmio por causa de um livro ou por conta de qualquer outra coisa. Se eu fosse jogadora de basquete e ganhasse uma medalha, eu acreditava que eles agiriam da mesma forma e sentiriam a mesma alegria.


Por mais estranho que possa parecer, eu nunca tinha conversado com meus pais sobre a minha literatura ou livros, até que, na véspera do Réveillon, minha mãe me perguntou:


- Minha filha, já não está na hora de você publicar um novo livro?


Eu, surpresa, limitei-me a falar:


- Como assim?


- Não está na hora de você publicar um novo livro? O último já tem quase três anos.


Por pura inabilidade com a situação, na hora em que escutei suas palavras, respondi:


- Talvez o último livro seja mesmo o último livro. Talvez eu nunca mais publique nada do que venho escrevendo.


- Não diga jamais isso! Você tem muito talento! Seria um verdadeiro desperdício!


Sim, eu já recebi elogios de outros escritores e amigos que admiro. Mas devo confessar: este me proporcionou uma estranha alegria, dessas que sempre me fizeram correr pela casa sem motivo, dessas que eu só pensava ser ainda possível para a menina de tempos atrás.

(Volto de vez no final de janeiro. Mas passarei aqui sempre que a saudade apertar)

10 comentários:

aeronauta disse...

Puxa, que coisa linda! Fiquei tão besta e tão feliz ao ler seu texto que só tenho mesmo essas palavras: que coisa linda!

Anônimo disse...

alegria perfeitamente compreensível!
:)
apoio e reconhecimento como esse não tem como explicar, nem o que dizer

Unknown disse...

Elogio de mãe. Ái que coisa boa!
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A língua está coçando pra dizer que estou adorando o livro, mas só vou falar quando chegar aos finalmente.

Lidi disse...

Lembrei da tua carta pro Papai Noel, na qual você comenta sobre a entrevista com o John Casablancas e a descrença dele (no início) com relação à banda do filho Julio (vocalista do Stroks) e constata: "É isso que minha família pensa sobre mim." Tá vendo, Renata? Não é isso que eles pensam não! Fiquei feliz com o post e com tua passada no blog, tomara que a saudade sempre aperte! Beijo.

- Luli Facciolla - disse...

Quando comecei a escrever no meu blog minha mãe comentou o seguinte:
"Pois é. Eu adorei. Fiquei surpresa, admirada, feliz, orgulhosa, emocionada.
Mas com um certo eu sabia na alma.
Parabéns minha menina.
Com amor,
Mãe" - Tá lá: http://aindaconto.blogspot.com/2008/08/quem-sou-eu.html

Chorei.

Beijos

Anônimo disse...

Sigo Maria Sampaio. Coisa boa é elogio de mãe. Feliz por ti. Agora é esperar outro livro, né não?

aeronauta disse...

Adorei, Renata, o novo visual do blogue. Está mais leve... Abraços.

Anônimo disse...

que ótimo Re. Fico realmente feliz por vc. Logo te procuro, estou brigando com o terceiro capítulo.
Muitos beijos, saudades
Anna

Palatus disse...

Ahhhh...que droga, acabou!!! (desculpas por xingar aqui)...mas vc nunca começa algo e deixa incompleto, só que, com esse depoimento que trouxe sobre sua alegria diante da mamãe, eu pensei que já era um conto....e quando eu estava empolgado,lendo lendo lendo... vc vem e tchum...desliga. Não gostei...eu quero é ler tuas histórias sempre...vai, ouve a mamãe e publica, vai...Beijo grande no coer!!!!

Anônimo disse...

Renata, pergunta de quem chegou atrasado: onde posso adquirir seus livros?