"O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus. Tentou na palavra o extremo-tudo. E esboçou-se santo, prostituto e corifeu. A infância foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura. A juventude apenas uma lauda de lascívia, de frêmito Tempo-Nada na página. Depois, transgressor metalescente de percursos. Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria sombra. Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar. A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo. O Caderno Rosa é apenas resíduo de um "Potlatch". E hoje, repetindo Bataille: Sinto-me livre para fracassar."
Hilda Hilst
Eu também, Hilda.
7 comentários:
Renata, dê uma olhada no post de hoje do Ualmanake... Abraço.
Tilda, como foi lá na Labimagem? Sucesso? Bjs.
sentir-se livre para fracassar..
é necessário.
Bjos Renata
Pois é Dona Moça! Ai daquele que um dia não tenha se sentido livre ou admitido o próprio fracasso...
Hilda Hilst sempre tem algo a mais nos seus textos!
Ah que bom que muitos assistiram a Dona Vanda.
abraços,
O Sibarita
La Hilst é uma dessas mulheres por quem se abandona tudo, absolutamente tudo, livre para fracassar na vida.
Li COM MEUS OLHOS DE CÃO E OUTRAS NOVELAS em 1986 por indicação do Caio Fernando Abreu, e nunca mais fui o mesmo. Um forte abraço.
Renata!
Que bom entrar aqui e encontrar Hilda Hilst!e com um trecho tão sincero..
A uns anos atrás, numa viagem de família, conhecemos um senhor,num sebo, que a conheceu! ele me disse: “ Essa (apontando para um livro) é a Greta Garbo devassa que o Brasil ainda não conhece.” Na ocasião, o velhinho espirituoso levou pra casa, não só um exemplar de “ L'obscène madame D”, como também os meus olhos curiosos em relação àquela, até então, desconhecida escritora, que ele havia acabado de me presentar com um livro.
Bonito né?
Beijos pra vc : L’ inquiétant madame B!
-A homenagem pro intercambista ta linda! A cara dele mesmo. Pegarei seus livros em breve!
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