Então, mais uma vez, aquela dor. E alguém lhe diz: não há o que se fazer. O tigre não perde suas listras. Eu sei, quase revelo: isso é Freud e Lost. Logo depois, reitero: sim, o tigre não perde suas listras e não tenho como evitar esta dor, ela é quase como um membro do meu corpo. E alguém lhe pergunta: Por isso tantos vestidos?
Tenho um corpo machucado, ferido. Tenho um corpo rejeitado. Existem tecidos de várias cores e texturas. Eles maquiam este corpo, o tornam bonito. Eles escondem de mim mesma as minhas listras. Sinto-me nua sem esta dor, sempre espero por ela. Isto não é Lost ou Freud. Foi o que a vida me ensinou.
11 comentários:
Não há como evitar aquela dor. E não há como esconder as suas listras.
Oi Renata, sei exatamente dessa dor...
nossas dores são...
...as nossas dores. sem elas não somos, não precisamos das listras.
Senti tristeza e raiva no seu texto.Espero, Renata, que a dor passe: ela não é você. Beijo muito carinhoso.
A dor às vezes é inevitável, mas ainda bem que é superável. Acho que todos nós temos listras. Às vezes eu escondo as minhas, mas acho que o melhor é mostrá-las e fazê-las tão belas como os vestidos coloridos.
Lembrei do primeiro conto do livro O que não poder ser. A dor vai passar... Abraço forte
nem sei o que dizer. dor é f...
Renata Meu bem fique tristinha não, reze quatro prêmios Nobel de literatura, cinco suplementos culturais, faça sexo pensando em Saramago, queime um livro de Paulo Coelho, faça um banho com literatura de cordel, beba duas garrafas de Cantina da Serra, leia cinco vezes ao dia os calcificados do ATARDE e termine tudo nos braços do um gibi de Mauricio de Souza....
Muito forte isso: vc e a Aeronauta nos exorcizando!! Acabo de dar uma conferida em minhas próprias listras, que são muitas. Vc sabe das coisas! Aliás vocês!!! E essas orientações de Ediney estão hilárias!!!
Entendo tanto o que vc diz, que acho que vc é incapaz de acreditar na verdade do que digo. O que houve? Meu roteiro de cinema não foi aceito? Fracassei no enredo? Ah, não! Chega do que não pode ser! Te suplico por finais felizes, vestidos rodados e bossa nova.
Beijo grande!
Nossa!!! profundo e realmente dolorido o seu texto, nem sei o que dizer... talvez não seja mesmo preciso dizer...
um abraço,
Postar um comentário