1 de dez. de 2008

Perdendo pessoas


O melhor final para ela era aquele em que todos morrem. Pois a morte de todos significava mistura de perfumes e acabava tendo um cheiro doce: lágrimas não existiriam para salgar tal odor. Além disso, ela pensava que apenas assim poderiam ficar eternamente juntos. Sim, sempre foi dada à ilusões. Mas de que mesmo, fora carnes, é feito o humano? Com a mala cheia de medos, ela guarda suas dores no corpo. E consente fugir para um lugar remoto onde o mundo é como deveria ser. Para não perder pessoas porque não quer escadas no escuro descer. Todos felizes, numa fotografia distante. É o que leva no bolso a Senhorita B.

8 comentários:

Anônimo disse...

Meniiina! muito bom. Gostei mesmo.

Bernardo Guimarães disse...

que beleza!

Anônimo disse...

Estou esvaziando a minha mala desses medos, mas ainda não consegui jogá-la fora...

Um abraço,

- Luli Facciolla - disse...

ó!
Tá justificado o motivo de eu ser fã! hehehehehehehe

Beijos Renatinha!

Marcus Gusmão disse...

De fato, senhorita, a felicidade mora em fotos distantes. Talvez no lugar onde o mundo é como deveria ser. Belo texto. Parabéns.

Anônimo disse...

Oi, Renata.
Não vou te mandar aquele meu conto não. Ele é muito ruim. Tá um troço mal acabado.
Engraçado que hoje mesmo me questionei, mais ou menos assim: "Mas de que mesmo é feito o humano?" Isto com um pensamento existencial profundo. Tão profundo que não alcancei resposta.
Confesso fiquei meio perdido no mundo, feito um bicho que perdeu os sentidos.
Mesmo sem a resposta, sou levado a comprar o pão, a escovar os dentes e a sorrir. Todos os dias, até não sei quando.
Beijos

Anônimo disse...

"Um dia quando formos mais dos álbuns que de nós..."

Senhorita B. disse...

Bjs para todos!