Ela era quase uma criança quando se apaixonou por ele. Ele, o garoto mais bonito do colégio. No entanto, apesar de sofrer intensamente com tal situação, guardou segredo sobre seu sentimento. Naquele tempo, sua pele estava coberta de espinhas e seu cabelo ainda não tinha decidido os rumos que queria tomar. Portanto, sabia que não tinha a menor chance: ele era desses que se importam excessivamente com espelhos.
Ele não é uma boa pessoa, dizia sua mãe sempre nas segundas-feiras. Ele está brincando com você, repetia ela aos sábados. Fora um beijo estranho, que ele contou aos outros garotos da classe dando gargalhadas, nada demais tinha acontecido entre eles. Mesmo assim, ela não gostava de escutar os conselhos de sua genitora. Talvez por saber que ela falava a verdade: não era normal esse interesse súbito que ele demonstrava por ela nas épocas de provas.
Muitos anos se passaram sem que Senhorita B. o reencontrasse. Mas, poucos meses atrás, inesperadamente seus destinos voltaram a se cruzar:
- Nossa! Vocês está linda! Bastante mudada! Me dá seu telefone?
Com o coração batendo sem parar, feliz pela oportunidade tão sonhada, respondeu sem pestanejar:
- Vá para o inferno.
Já de costas para ele, radiante, lembrou-se de sua adolescência. Ainda nela tinha descoberto: os melhores romances estão nos livros. E eles, sim, são suas melhores companhias.
Ele não é uma boa pessoa, dizia sua mãe sempre nas segundas-feiras. Ele está brincando com você, repetia ela aos sábados. Fora um beijo estranho, que ele contou aos outros garotos da classe dando gargalhadas, nada demais tinha acontecido entre eles. Mesmo assim, ela não gostava de escutar os conselhos de sua genitora. Talvez por saber que ela falava a verdade: não era normal esse interesse súbito que ele demonstrava por ela nas épocas de provas.
Muitos anos se passaram sem que Senhorita B. o reencontrasse. Mas, poucos meses atrás, inesperadamente seus destinos voltaram a se cruzar:
- Nossa! Vocês está linda! Bastante mudada! Me dá seu telefone?
Com o coração batendo sem parar, feliz pela oportunidade tão sonhada, respondeu sem pestanejar:
- Vá para o inferno.
Já de costas para ele, radiante, lembrou-se de sua adolescência. Ainda nela tinha descoberto: os melhores romances estão nos livros. E eles, sim, são suas melhores companhias.
7 comentários:
Eu farei o mesmo, qdo chegar a minha vez.
Nossa, esse blog tem uma atmosfera onírica, e os textos são pura literatura, da mais genuína... Parabéns.
Vi o link do seu blog lá no "Entre Aspas", resolvi então conhecê-lo. Gostei. Tenho um livro seu, foi presente do Mayrant. Sabe, sou incapaz de escrever prosa, e admiro muito quem escreve tão bem assim. Parabéns mesmo. Um abraço, Mônica Menezes
Querida, esse blog e seus textos me emocionam muito. Já faz um tempinho que nos encontramos, graças à literatura, e de lá para cá admiro seu trabalho cada vez mais. Segui sua sugestão e fui atrás de Hilda Hilst. Uma preciosidade. Um beijo. Márcia Luz
Olá, Renata. Li você na revista eletrônica Entre Aspas e fiquei curioso em vir aqui. Gostei muito de tua Senhorita B. Achei tua narrativa fluente gostasa de se ler - além de ser bem inteligente as tuas descrições: achei a questão do cabelo aqui interessante! Legal. Abraços!
Oi Belmonte,
Li seu Femininamente e tenho-o como livro de cabeceira. Ganhei de presente da Profa. Rosana Patrício aqui na Uefs.Fantástico!Adoro contos, principalmente na forma que você escreve.Neste livro, difícil é escolher o melhor conto. Alguma coisa me prende ao de título "Cartas para ninguém". Tenho vontade de te conhecer...sei que é uma escritora bastante jovem! Precisamos de pessaos com esse desejo de fazer literatura ainda na juventude.
Gostaria de ler seu último livro.
Um grande abraço.
Jocenilson
Personagem: Faça mesmo! E depois me conte tudo!(rs)
Mônica: Adoro sua poesia. E estou muito feliz com essa sua visita. Volte sempre!
Márcia: Grande beijo para você!
Jocenilson: Obrigada pelos elogios! O que não pode ser, meu segundo livro, esta na lDM da Piedade. Espero que você goste dele também.
Aeronauta e Rafael: Passei no blog de vcs. Obrigada, mais uma vez.
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